VISTA CHINESA
Não se pode entender o Brasil sem o negro, sem o índio, sem a pobreza, sem o terreiro, sem a imigração, sem a violência sobre a mulher. 'Vista Chinesa' é um romance-soco, é o corpo da mulher transformado em campo de batalha. Batalha contínua, ancestral. Como se não fosse nada. No silêncio da carta que a protagonista escreve aos filhos - e que importante a noção de transmissão -, escutamos um grito que esteve surdo, e que finalmente começa a ser audível. É corajoso, é urgente, é potente. Revela o medo, a lâmina afiada sobre a cabeça das mulheres, o sabor da jaca. E aponta para o futuro, a superação, a luz.