“Descolonizar a língua é libertar o pensamento. E vice-versa.”
Nesta terceira mesa do ciclo Descolonização do Patrimônio Intelectual e Cultural, propomos uma provocação de fundo: até onde vai o nosso pensamento, se a nossa língua foi colonizada? E mais: quem decide o que pode ser dito, escrito ou ensinado?
Tom Farias, crítico literário e biógrafo de autores silenciados como Carolina Maria de Jesus e Lima Barreto, é hoje uma das vozes mais lúcidas sobre o racismo estrutural na construção do cânone literário brasileiro. Sua obra confronta o apagamento com a restituição.
Germano Almeida, o mais celebrado escritor vivo de Cabo Verde, é mestre em subverter a língua portuguesa com ironia, humor e crítica. Seu universo ficcional desmonta os pilares da história oficial e afirma a autonomia intelectual do arquipélago.
José Manuel Diogo, curador deste ciclo e defensor da lusofonia como território múltiplo, propõe uma leitura política da língua portuguesa: não como instrumento de poder, mas como campo de convivência e reinvenção cultural.
A mesa trata da língua como mapa — e também como muro. Como ponte — e também como campo de batalha. Num mundo globalizado que ainda fala a partir de centros hegemônicos, descolonizar o pensamento exige, antes de tudo, desarmar os sentidos prontos da linguagem.
Venha participar desta conversa entre crítica, ficção, memória e projeto de futuro.
Porque a língua que falamos é também a forma como pensamos o mundo.
E o pensamento, quando livre, torna-se linguagem de transformação.
Se quiser, posso seguir agora com o texto de mobilização da Mesa 4 – Imaginários do Futuro: Libertar-se é Fabular. Deseja que continue?