FliParaíba 2025 — MESA 3: MULHERES QUE FUNDAM MUNDOS
O mundo nasce do corpo
28 de novembro de 2025 | 15h
Inês Pedrosa (Portugal), Odete Semedo (Guiné-Bissau), Andréa Nunes (João Pessoa – PB)
Mediação: Marília Arnaud (Paraíba): contista e romancista, publicou quatro livros de contos, entre eles, “A menina de Cipango” (Prêmio José Vieira de Melo, Subsecretaria de Cultura do Estado da Paraíba, 1994), “Os campos noturnos do coração” (Prêmio Novos Autores Paraibanos, UFPB, 1997), “O livro dos afetos” (Editora 7letras, 2005), um livro infantil, “Salomão, o elefante” (Editora Off Flip, 2013) e quatro romances, “Suíte de silêncios” (Editora Rocco, 2012), “Liturgia do fim” (Editora Tordesilhas, 2016), “O pássaro secreto” (Prêmio Kindle de Literatura, Amazon Brasil, 5ª edição, TAG Experiências Literárias e Editora José Olympio, 2021) e “Esboço em pedra e sonho” (Grupo Editorial Alta Books, selo Faria e Silva, 2024). Participou de diversas coletâneas de contos.
O feminino irrompe como linguagem inaugural. Estas autoras fazem da literatura um gesto de fundação, de insurgência e de reinvenção.
Fundar um mundo é mais do que imaginar um novo tempo — é inscrever um corpo, uma linguagem, uma forma de cuidado no tecido da existência. Esta mesa propõe uma escuta ativa e descolonizadora às vozes de mulheres que não apenas escrevem literatura, mas constroem mundos possíveis com seus gestos, suas palavras e suas práticas de vida.
No encontro entre três mulheres de diferentes territórios e experiências, afirmamos a literatura como um gesto inaugural: uma nova cosmogonia que nasce do corpo, da memória e da resistência. A escrita feminina aqui não é gênero: é fundação. É fundação de uma ética, de uma política da escuta, de uma poética da insubmissão.
Essa mesa é entrega e denúncia, é colo e ruptura. Cada autora convocada traz consigo uma língua que sangra e cicatriza, uma visão do mundo que desafia os marcos hegemônicos da história, da estética e do poder. O que é fundar um mundo quando se é mulher, quando se herda o silêncio, mas se responde com palavra?
NOTAS BIOGRÁFICAS DAS AUTORAS
🇵🇹 Inês Pedrosa (Portugal)
Inês Pedrosa é escritora, jornalista e tradutora portuguesa. Autora de romances, ensaios e crônicas, tem obras traduzidas em diversas línguas e reconhecidas pela força poética e reflexão sobre identidade, memória e relações humanas. Foi diretora da Casa Fernando Pessoa e colabora regularmente na imprensa cultural.
🇬🇼 Odete Semedo (Guiné-Bissau)
Escritora e pesquisadora da Guiné-Bissau, com uma carreira na academia, no governo e no ativismo em prol da participação feminina, democracia e estado de direito. Tem doutorado em Letras pela PUC-Minas (Brasil), pós-graduação em Educação pela Universidade Nova de Lisboa (1990) e licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas pela mesma universidade. Atua como investigadora e docente em várias instituições nacionais e internacionais, entre elas, como investigadora sénior permanente no INEP, coordenadora de coleções literárias, docente e pesquisadora na Universidade Amílcar Cabral e colaboradora na Universidade Colinas de Boé. A sua experiência política e governamental inclui, entre outras, mandatos como Deputada da Nação nas legislaturas X e XI; Ministra da Administração Territorial e Gestão Eleitoral (2018-2020); Ministra da Educação e presidente da Comissão Nacional da UNESCO (2014-2016); Reitora da Universidade Amílcar Cabral (2012-2014); Ministra da Saúde (2004-2005). É autora de diversos livros e artigos académicos, destacando-se títulos recentes como "A Palavra Grávida", "As Mandjuandadi" e (IN)CONFIDÊNCIAS, além de estudos sobre Mutilação Genital Feminina (MGF), participação política das mulheres e literatura guineense.
🇧🇷 Andréa Nunes (João Pessoa – PB)
É escritora, procuradora de Justiça em Pernambuco, membro da Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (ABERST), e membro da Academia Feminina de Letras e Artes da Paraíba. Publicou os romances policiais o “Código Numerati” (2010), “A Corte Infiltrada”, (Ed. Buzz, Prêmio Bunkyo de Literatura 2019), “Jogo de Cena” (Ed. CEPE, Prêmio ABERST de Literatura 2019- melhor romance policial do Brasil) e “Corpos Hackeados” (Ed. CEPE , 2021, com roteiro assinado pela cineasta Tizuka Yamasaki para adaptação para o audiovisual). Também detém menção honrosa conferida pela Academia Pernambucana de Letras como melhor escritora nordestina no prêmio Dulce Chacon no ano de 2015 . A autora ainda participou da Printemps Littéraire Brésilien, já tendo proferido palestras sobre Literatura Policial na França (Universidade Sorbonne ) , Alemanha , Portugal e Dinamarca.
2º FESTIVAL LITERÁRIO INTERNACIONAL DA PARAÍBA
Nossa Terra, Nossa Gente — Ancestralidade, Identidade e o Futuro da Democracia
João Pessoa | 27 a 29 de novembro de 2025
📍Centro Cultural São Francisco | Espaço de Debates Nave Central

