FliParaíba 2025 — MESA 2: VOZES ANCESTRAIS
Os que vieram antes, os que ainda falam
28 de novembro de 2025 | 11h30
Eva Potiguara (Brasil), Mestra Doci (João Pessoa – PB). Marcilânia Alcântara (Sousa – PB)
Mediação: Vanessa Brandão (João Pessoa – PB): É jornalista, licenciada e mestra em Letras, com doutorado em Estudos Literários pela Unesp. Manauara de nascimento, criada em Roraima, é indígena descendente do povo Wapichana. Autora dos livros “Entre Pinheiros e Caimbés” (2022) e “Amazad” (2025), atua também como roteirista e diretora de cinema, tendo produzido os curtas-metragens “Wazacá” (2018) e “O Chocalheiro” (2025). É curadora e pesquisadora de arte e literatura indígena, com foco especialmente nos povos da Amazônia.
Antes de qualquer palavra escrita, houve o canto. Antes do livro, houve o corpo que dança e o mito que caminha na memória coletiva. Esta mesa honra a presença dos que vieram antes e dos que seguem conosco — as vozes que sustentam o mundo mesmo quando não são ouvidas.
“Vozes Ancestrais” é uma travessia pela oralidade, pelos saberes do corpo, pelas cosmologias que fundam outras maneiras de habitar o tempo. Aqui, a ancestralidade não é passado, mas presença contínua. Uma força que pulsa nas narrativas dos povos originários, nas práticas de cuidado comunitário, nos cantos de trabalho e nos rituais do cotidiano.
Esta mesa entrega uma escuta profunda e radical: não há futuro sem retorno às fontes. A literatura, neste espaço, se curva para aprender com a terra, com os avós, com as águas e com os cantos que sustentam a vida. Uma mesa de comunhão — e também de desafio: o que temos silenciado ao longo dos séculos? Que sabedorias recusamos ouvir? Que palavras ancestrais ainda podem nos salvar?
NOTAS BIOGRÁFICAS DAS AUTORAS
🇧🇷 Eva Potiguara (Brasil)
Eva Potiguara é escritora, poeta e liderança indígena do povo Potiguara da Paraíba. Sua obra combina ancestralidade, oralidade e resistência, trazendo à literatura a força das narrativas indígenas e o diálogo entre memória, identidade e futuro. Além da produção literária, atua em projetos culturais e educativos que afirmam a presença e a voz dos povos originários no Brasil contemporâneo.
🇧🇷 Mestra Doci (João Pessoa – PB)
Maria dos Anjos Mendes Gomes, a Mestra Doci, é griô de tradição oral e partilha nas suas contações de história a valorização da vida e do sonhar. Natural da Bahia, há mais de 20 anos mora na zona rural de João Pessoa - PB, no Vale do Gramame, onde implantou, em 2004, a Escola Viva Olho do Tempo /Ponto de cultura e Ponto de Memória.. Atualmente, a escola atende a 150 crianças e adolescentes, com atividades nas áreas de cultura, educação, inclusão digital, artes integradas, música, oralidade e meio ambiente. Tem formação acadêmica em Letras, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Especialização em Educação de Adultos na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Reconhecida nacionalmente como Mestra Griô no seu saber, foi membro da Comissão Nacional de Griôs e Mestres, faz parte do conselho de mestres da Escola de Formação na Pedagogia Griô e é membro da Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais.
🇧🇷 Marcilânia Alcântara (Sousa – PB)
É cigana da etnia Calon, pedagoga formada pela UFCG, licenciada em Educação Física e pós-graduada em Neuroaprendizagens pela UNOPAR. Professora na rede municipal de Sousa-PB, é idealizadora do projeto ‘As diversas cores da minha cultura’, premiado pela Lei Paulo Gustavo e reconhecido no Prêmio Professores do Brasil (2018). Desde a infância, atua na valorização da cultura cigana por meio da dança, música, culinária escrita , tendo iniciado sua trajetória artística em 1996 no Grupo Flor Cigana e, desde 2009, no Grupo Dirachin Calin. É autora do livro infantil ‘Marcy e as Castanholas Mágicas’ (2024) e desenvolve ações de formação, palestras e produções culturais que contribuem para o fortalecimento da identidade cigana e o diálogo intercultural.
2º FESTIVAL LITERÁRIO INTERNACIONAL DA PARAÍBA
Nossa Terra, Nossa Gente — Ancestralidade, Identidade e o Futuro da Democracia
João Pessoa | 27 a 29 de novembro de 2025
📍Centro Cultural São Francisco | Espaço de Debates Nave Central

