“Quem controla as histórias que contamos às crianças, controla o mundo.”
Nesta segunda mesa do ciclo Descolonização do Patrimônio Intelectual e Cultural, vamos ao princípio de tudo: a infância como território político. Não se trata apenas de livros infantis, mas da forma como o mundo é narrado às novas gerações — e de quem tem o direito de narrá-lo.
Marilia Arnaud, romancista paraibana premiada, mergulha nas infâncias silenciadas pelo afeto e pela dor. Sua literatura desafia a idealização infantil para revelar camadas de vulnerabilidade e resistência.
André Augustus Diasz, escritor e investigador paulista, cria futuros ficcionais onde crianças negras e indígenas se podem projetar como protagonistas de novos mundos possíveis. Seu trabalho mistura arte, pedagogia e tecnologia social.
Juliana Maia, cantora e contadora de histórias fluminense, conduz projetos de oralidade e música que transmitem saberes afro-brasileiros às crianças de forma afetiva e libertadora.
Lulih Rojanski, escritora e educadora do Amapá, atua na Amazônia com literatura infantil, educação ambiental e formação de professores, propondo uma infância conectada à natureza, à ancestralidade e à ética do cuidado.
A mesa propõe pensar a descolonização desde o começo: que livros circulam nas escolas? Que vozes contam as histórias? Que futuros desenhamos com as palavras que damos às crianças?
Numa sociedade global marcada por guerras simbólicas, fake news e intolerância, educar para a escuta e para o imaginário é uma urgência política.
Venha ouvir quem escreve, canta, ilustra e narra a infância como fronteira de resistência — e o livro como ferramenta de transformação.

